ROTTING CHRIST – Khronos

Rotting Christ é uma das bandas mais sólidas da cena black metal mundial e, de longe, a melhor do gênero que já saiu da terra do poeta Homero. No ano 2000, eles entregaram sua obra intitulada Khronos e, como de costume, ela não decepcionou.

Surpreenderam a todos com um som bem mais melódico do que em seu antecessor Sleep of the Angels, e experimentaram até certo ponto compondo hinos sinfônicos como My Sacred Path, mas incluindo aquele toque distinto, quase clássico, que os diferencia de outras bandas de black metal, a qualidade das atmosferas que cercam as guitarras nesta composição, é de um sentimento quase ulveriano.

Riffs de guitarra potentes e técnicos raramente são encontrados neste álbum, mas de qualquer forma sua atenção será atraída para as guitarras melódicas, que graças ao som espesso alcançado em termos de produção, parecem não ser tão frontais, escondendo um pouco as harmonias, que à primeira vista não parecem nada de especial, mas se tornam complexos e belos ao prestar mais atenção, principalmente em momentos mais pesados ​​como no grande Aeternatus.

Ao chegar ao ponto em que Art of Sin e Lucifer Over London entram, é inevitável perceber que este álbum tem uma característica especial: a parte melódica se revela e mostra uma obra de intenso sentimento dramático, e isso faz pensar que Rotting Christ realmente decidiu entrar no reino do black metal sinfônico através do drama. Você não encontrará riffs de tremolo frios e tristes que desaparecem acompanhados por um teclado atmosférico suave aqui. Esta obra é mais complexa do que isso e, certamente, é difícil de rever em todo o seu esplendor.

Um pouco de agressividade retorna com a curta mas intensa You Are I, liderada por alguns riffs técnicos e repetitivos que farão você bater cabeça bem rápido. O momento mais violento deste álbum. Fateless retoma o espírito emotivo com um grande riff harmônico que cobre a guitarra rítmica e apenas reconfirma Khronos como um dos melhores álbuns do catálogo do Rotting Christ.

Rotting Christ tem seu jeito próprio e particular de criar black metal e eles mostram isso nessa obra, talvez a mais emocionante de toda a carreira; os sons se fecham ao seu redor e não são facilmente acessíveis, mas recompensarão o esforço de ouvir com atenção.